Achei esse filme procurando os filmes mais populares de Portugal no IMDb, escolhi esse que era o terceiro, já que o primeiro ainda é muito recente e não consegui encontrar e o segundo é com o Guy Pearce, então não é bem português.
Além disso, esse filme tem certa importância simbólica por ser, provavelmente um dos primeiros filmes LGBTQIA+ de Portugal e, com toda certeza, entre os mais ousados.
É um filme simples e curto, e para ser sincero não achei lá grande coisa. É o primeiro filme do João Pedro Rodrigues, então, talvez por isso, seja um pouco rudimentar na narrativa.
“O Fantasma” assim como eu disse na sinopse, é essa história bem direta de um jovem rapaz buscando as mais bizarras aventuras sexuais e sensoriais. Então, além dos atos sexuais mais convencionais, ele lambe parede, faz auto asfixia e outras diversas coisas.
O foco é predominante nessa exploração sexual animalesca, muitas vezes deixando outras coisas importantes de lado, como o desenvolvimento dos personagens e a coerência entre uma cena e outra.
Exemplo dos personagens eu falo depois, vamos dar um exemplo da falta de coerência agora. Sérgio fica um tempão lutando para se livrar de algemas e logo em seguida tudo isso não tem mais relevância e ele simplesmente está livre e fazendo outras coisas. Então para que focar tanto nas algemas antes se aquilo não vai ter relevância na sequência.
Inclusive, vale outra observação, nem todo sexo do filme é consensual. Por exemplo, ele encontra um policial dentro de um carro, amordaçado e algemado e ao invés de ajudar o cara, ele se aproveita da situação.
Sérgio é colocado no filme como um animal. Seu melhor amigo é o Lorde, um cachorrinho mascote da companhia de lixo, ele cheira e lambe quase tudo, as vezes até revira o lixo que ele coleta. A primeira interação que a gente vê dele é com a sua colega de trabalho, a Fátima (interpretada pela Beatriz Torcato). Ele fareja ela e até rosna.
Ele não demonstra emoções, fala pouco e desdenha todo mundo com exceção de um motoqueiro que ele fica obcecado, mas também não há sentimentos ali, só obsessão.