Prive Contos Eróticos – O Viado do Filho do Pastor

Nunca tinha me envolvido com nenhum viado.

Sempre fui na minha, tipo solto, moleque troncudo, meio invocado com a vida. Nascido e criado no “AK”, ajudando o coroa desde pequeno nas obras. 

O nome é Rafael, 19 anos, mais um negro morador de favela do Rio.

Nunca prestei pra escola. Fumei meu primeiro baseado com 13 anos e a vida mudou quando meu irmão mais velho entrou pro crime. Ele sempre cuidou pra que eu não seguisse o mesmo rumo que ele e nosso pai não o aceitou mais dentro de casa, mesmo sabendo que aquela foi a saída dele pra resolver nossos problemas. Por causa dessa vida filha da puta, parei de estudar e aboli a infância. Fiquei rebelde, caótico, arranjava briga até com formiga. Comecei a ser visitado pela assistente social e uma psicóloga, que tratavam de mim por conta do meu ódio pelo mundo. Com 14, fui no puteiro pela primeira vez e descobri o que era buceta. Com o tempo, as putas me deixavam fazer o que eu queria, mas não imaginava que ainda não sabia o que era bom.

Quando voltei a estudar depois de maior, de cara sentei do lado dum viadinho na sala. Mais baixo e mais magro, parecia um franguinho magrelo no abatedouro. A capa do caderno do cara eram vários gatos dentro dum balaio, em pleno ensino médio. Eu era quieto e ele mais ainda, a gente não se falava. Ele era filho do pastor de uma igreja perto de casa. Às vezes resenhava com os outros moleques e achava que ele tava me olhando. No futebol ele esbarrava muito e fui ficando mais desconfiado, até o dia que larguei uma coçada no saco e ele só faltou babar. Confesso que fiquei curioso, porque só comia puta e nunca tinha comido um cuzinho apertado, mas não fiz nada. Depois disso ficou normal pegar ele me manjando, mas ele sempre dava um jeito de disfarçar e eu continuava na minha.
Matava muita aula pra bater laje e às vezes ia comer as piranhas. Numa dessas vezes, voltando pra favela, a patrulhinha veio me seguindo em plena luz do dia e eu tava com três baseados na mochila. Acelerei o passo e entrei num beco onde eles não entrariam, mas dei de cara com o caveirão, tava começando uma operação. Corri pra cortar caminho pelo beco, porque de qualquer forma ia dar de cara com eles mais a frente, e passei em frente à casa do pastor.
– Moça!
O viado veio me atender e eu tinha que me esconder. Não tava nem aí, foda-se.
– Três de uva, sem troco!
Ele voltou pra cozinha e eu aproveitei pra entrar pelo corredor, passando pelo portãozinho aberto. Acabei o assustando, então já cheguei explicando da operação e que não tinha como sair por enquanto. Ele disse que não tinha problema e fomos pra sala. Dei-lhe o dinheiro, sentei numa poltrona e comecei a mexer no celular. Com o rabo de olho, via ele me olhando. Ficou uma tensão no ar, talvez por ele não esperar que eu tivesse ali no meio da sala, sem me preocupar com pai ou mãe. Eu ainda tava de uniforme, calça e um puta calor do caralho e isso foi me deixando inquieto, tinha que fazer alguma coisa, a perna já não parava de mexer. Só que saiu um pipoco e o viado se jogou no chão.
– Qual foi, cria? Bateu neurose? – comecei a rir. – Nem parece que é cria.
Ele começou a explicar algo que eu nem dei ouvidos, nunca tava interessado em nada de ninguém e talvez por isso não prestasse pra escola. Só sei que em algum momento o ouvi dizer “bala perdida” e lembrei da maconha na mochila.
– Mané bala perdida. Escalda não. – guardei o celular. – Bora dar uma segurada nessa onda?
Peguei um baseado e já ia acender, mas vi a cara de dúvida dele.
– Tem caô?
Eu sabia que ele era filho do pastor, então precisava dar um incentivo pro viado. Apoiei uma perna na mesa da frente, na direção dele, e o encarei.
– Não, pô. – demorou. – Pode fumar.
Comecei a fumar e a onda veio rápido. O viado me manjava na encolha e eu nem ligava, só queria sentir menos calor. Ele deu meia tragada e não quis mais fumar, eu matei o beck sozinho e o calor só parecia aumentar. Enquanto isso, o tiroteio rolava.
– Qual foi, tem caô deu tomar um banho? – perguntei na cara de pau.
Queria ter certeza de que aquele viado realmente estava disposto a fazer o que eu quisesse.
– Tranqüilo.
Não acreditei. Mas vambora. O puto emprestou até uma bermuda e tentou me espiar pela janela, mas ainda não era hora. Tomei banho e sai sem cueca, deixei a roupa no banheiro. Fiquei um tempo parado, me sentindo mega chapado, enquanto o viado me manjava na cara de pau mesmo, talvez por estar brisado. Sentia o caralho pendurado roçar na bermuda enquanto o encarava, e ele com a mesma expressão de fragilidade. Quando se deu conta, entrou pro banho e logo saiu, com minhas roupas nas mãos, falando algo que ignorei. Ele tava branco.
– Qual foi cria, viu o demônio?
Peguei o celular da calça que ele trouxe pra ver como tava a operação e levei um tempo até perceber a rachadura na tela. Eu não me importava, mas não entendia o que tinha acontecido. Será que o viado tinha mexido nas minhas roupas e deixou cair? Não falei nada e fiquei surpreso comigo mesmo, pela primeira vez não queria arranjar uma briga e até teria motivo. Ele se manteve estático, meio que esperando minha reação.
– Qual foi? Acho que aliviou lá fora, vou perguntar aqui pros contato. – disse.
Não me liguei muito pro que ele falou depois, como sempre. Com o fim da operação, em menos de cinco minutos eu já tinha caído fora dali. Assim que sai, dei de cara com um outro pastor aqui da área, ex-cheirador que sabe que sou maconheiro.
– Já aceitou a palavra do Senhor, Fael? – e ficou me encarando sem noção do perigo.
Conforme o tempo fluia, eu testava mais e mais o viado. E ele sempre passava. Cada vez mais ele mostrava que era meu, que estava sob o meu comando, e essa liberdade me mantinha controlado quando tava perto dele. Talvez por isso não tivesse grilado tanto com o celular trincado. Falando nesse dia, minhas roupas com certeza foram mexidas por ele, e ainda assim eu não ligava. Não tinha feito nada com ele e nem tinha intenção, mas era ótimo saber que se quisesse poderia e a qualquer momento. A submissão dele perante a mim, um maluco fodido e qualquer, me saciava. Mas era exponencial, eu sempre precisava de uma prova maior que a outra. Durante um tempo a gente jogou fut junto e depois brotávamos na casa dele, que tava sempre vazia. Fumava uns beck e cada vez mais ele me manjava sem se esconder, sem me temer, mas totalmente ciente de que se eu quisesse ele faria qualquer coisa. Deixava várias vezes a roupa no banheiro só pra ele se acabar com o meu cheiro e, mesmo sem ver, me sentia pleno por saber que era do meu suor que vinha seu prazer, sua felicidade. Gostava da ideia de ter um viado dependendo de mim e do que eu permitia, sendo minha posse, mesmo nunca tendo comido um. Agora, o que mais me atraia em toda a situação era nossa total ausência de necessidade de palavras. A gente se entendia no olhar, eu sempre de cima e ele sempre muito ciente e obediente.
Junto a tudo que acontecia com o viado, ainda tinha o restante dessa vida de merda. Depois de ser expulso pelo meu pai, meu irmão ficou pouco tempo aqui na favela. Ele logo se arranjou com uma piranha de outro morro e meteu o pé, mudou de facção e foi considerado traidor, deixando de ser bem vindo. Meu pai parou de trabalhar e voltou a beber, me deixando sozinho pra me sustentar, que foi o que comecei a fazer do meu jeito: virando bandido aos poucos, igual ao meu irmão. Começando do vapor, indo até o trafica, larguei a escola de vez. O contato freqüente com a bandidagem me fez experimentar várias outras drogas, dentre elas o doce e o pó, e toda a nova rotina foi adaptando meu corpo e minha mente. Perdi peso, fui ficando mais violento e possessivo. Quando meu irmão descobriu da minha nova vida e das expansões da minha personalidade, me achou no whatsapp.
“Dps de td q eu fiz é assim q vc agradece, seu ingrato? abandonou nosso velho e decidiu virar bandido, seu merdinha”;
“Vc fez pior, virou bandido e traiu teu berço, eu e o pai. Foda-se!!!!!!”
As visitas ao filho do pastor ficaram cada vez mais raras. Vez ou outra dava de cara com seu pai ou mãe e percebia a cara feia que eu cagava e andava. Sem eu falar nada, o viado continuava a me observar e respeitar, porém via nitidamente a preocupação em seu rosto e isso acariciava mais meu ego, sendo algum dos poucos momentos de prazer e distração que tinha. Quando não tava com ele, tava resolvendo alguma treta na favela ou nas bocas de fumo. Numa das repentinas vezes que o visitei, levei uma cartela de Alice, um doce (LSD) famoso aqui por te levar ao País das Maravilhas.
– Tá sozinho, moleque?
– Sempre! Qual é a boa?
– Quer viajar? – perguntei malandramente.
– Partiu.
Ficava quase que dopado com a forma que aquele viado simplesmente aceitava o que eu oferecia, sem hesitar. Sentir o controle me mantinha.. controlado. Tomamos o doce no quarto dele e logo que minha onda começou ele ficou impressionado com a dilatação das pupilas. Eu achava tudo meio engraçado e, aos poucos, me sentia mais à vontade pra fazer algo com ele. Qualquer coisa que fosse. Cheguei a encostar no rosto dele com a mão, na intenção de fazê-lo chupar meus dedos, mas hesitei por causa da onda que começava a ficar intensa. Falamos um pouco sobre algo e logo eu apaguei pra trás, viajando loucamente. Na minha viagem, lembrava das mensagens do meu irmão pra mim.
“Eu tô sempre de olho em vc, tu n imagina.. espera q a gnt vai se acertar”.
Sentia o viado alisar minha perna de leve, mas não conseguia reagir. Senti até sua língua lamber meus dedos do pé e isso foi dando uma reação rápida na minha rola, que já foi se armando na bermuda. Era uma submissão gostosa, mas alguma coisa me mantinha preso na viagem do meu irmão e das ameaças dele e eu não conseguia sair por nada. O viado segurou minha rola forte e a única maneira que tive de respondê-lo foi pulsando. A onda chegou no ápice e me perdi nela. Me senti longe.
– QUE VIAGEM! – senti o peito gritar. – Muito longe!
Apaguei de vez, sem lembrar do resto. Acordei antes de amanhecer, ainda perturbado com o lance do meu irmão e sentindo o fim da onda, e meti o pé, tinha que fazer alguma coisa ou ia acabar dando merda. O viado chegou a mandar mensagem, mas minha cabeça tava tomada e achei melhor não envolvê-lo até eliminar aquele ódio do corpo.
Passei outro tempo sem vê-lo, só focando em qualquer coisa que meu irmão poderia aprontar. Avisei a todos os outros pra ficarem espertos, porque uma coisa que ele tinha era inteligência de sobra. Permaneci um longo período só fazendo missões relacionadas ao fortalecimento do nosso poder no morro, tudo pra impedir qualquer ameaça que fosse do meu irmão. Durante tudo isso, esbarrei duas vezes com o viado provavelmente me procurando pela favela, mas não o deixei me ver ou então poderia se assustar com as mudanças físicas. Pra não surtar com a passagem do tempo e as psicoses que batiam, consumia cocaína como se não houvesse amanhã pra me manter ativo, evitava até dormir. Estava no auge do meu comportamento agressivo e desconfiado, até minha sombra parecia meu irmão. E quando não tava tramando algo, tava dentro de puteiro mandando ver no lombo das meninas, alucinado, tentando sentir algum prazer com aqueles cus grandes que eu apertava pro pau poder encostar na parede interna. Às vezes nem gozava, só metia pra fazer algo que não fosse pensar, totalmente louco, externalizando minhas frustrações, medos e anseios. Numa dessas até fiz tatuagens, que só lembrei no dia seguinte. O lado nublado da minha personalidade, à qual submetia tudo e todos, inclusive meu viado. E era aí que batia a saudade da tensão que ficava entre nós.
Com a chegada das festas de fim de ano, o clima na favela amenizou. Só na favela, porque na minha cabeça ainda tinha preocupação. Mas agora pelo menos dava pra dar um tempo e ir ver meu viado, que foi o que fiz na véspera do natal. Passei praticamente o dia todo sozinho na casa dele, vendo a chuva cair e o esperando chegar de onde quer que fosse. Não tava nem aí se os pais dele iam chegar antes e me expulsar, só ia sair dali com meu viado e se fosse necessário ia obrigá-los a me dizer onde o esconderam, pra vocês verem como era minha cabeça. Já era noite quando sai pelo corredor e o vi chegar, cabisbaixo. Estava mais magro, de barba e com olheiras enormes. Parecia um reflexo do meu interior, já que eu o fiz isso. Parei quase na frente dele.
– E aí, seu puto?
Ele travou. Estava levando muito tempo e comecei a achar que não estava mais em condições de ser aceito por ele, e que talvez por isso ele estivesse chocado. A minha aparência, minha ausência.. queria explicar, mesmo sem precisar, mas não ia. Se ele ficasse, ia ser porque aceitou tudo isso, então o depois seria o depois.
– Qual foi, cria? Viu o demônio? – insisti.
Ele abaixou a cabeça, mas eu não ia sair dali assim ignorado. Queria uma resposta. Fiquei exatamente de frente e levantei sua testa com o dedo, fazendo ele me encarar. Mirei bem no fundo dos olhos, de homem pra homem, e por alguns segundos, seu olhar de pena me deu um certo ódio, como se pudesse e quisesse amassá-lo. Sentia um fogo enorme percorrer do meu braço à sua testa através do meu dedo, como se minha mão fosse realmente uma arma. Estava me perdendo na curta linha entra sanidade, frustrações e cocaína. Mas foram os mesmos olhos que me lembraram que eu precisava estar bem pro próprio viado estar bem. Mesmo podendo fazer o que eu quisesse com ele, mesmo ficando tanto tempo distante, ali estava ele cedendo à mim sem explicações, sem nem me ouvir. Voltei a mim, mas ele tinha percebido meu peito estufado de raiva. E eu ia aproveitar isso como mais uma prova.
– Tô falando contigo, ô porra! – arfei.
– Onde tu..
– Tu vai me responder ou ficar fazendo pergunta?
Não podia deixá-lo inverter o jogo.
Ele travou de novo.
– Tô bem. Tu também, né..
– Assim que eu gosto, cria.
Mesmo que por pouco tempo, estar ali naquela tensão me trouxe de volta ao lado bom que não sentia nem com as piranhas no bordel, e olha que nem tinha feito nada com aquele viado. Como pode? Pensei várias coisas em pouco tempo e só consegui lembrar do baile, que tanto ajudei a organizar. Combinamos um horário e fui trazido de volta à realidade com o som do meu radinho bipando e parecia importante, mas não ia atender na frente dele, por isso me apressei e logo me despedi.
Um informante reportou atividade suspeita nas redondezas da quadra onde acontece o baile, então logo me aprontei e meti o pé pra lá. Dali a um bom tempo identifiquei o filho do pastor no meio da multidão e o busquei, já era pra lá de meia noite. Meu viado tava sem barba, com carinha de novinha doida pra levar uma rola, até a expressão do seu rosto estava melhor.
– Tirou a barba, moleque. – falei no pé do seu ouvido por causa do funk alto. – Cara de ninfetinha!
Ele riu. Fomos para a parte das caixas de som, onde tem a Roda do AK, peguei algumas bebidas e já começamos a beber. Eu tomava na garrafa enquanto ele bebia a vodka misturada com energético no copo. Dançamos bastante no meio da multidão agitada, fumamos muita maconha e eu ainda fui várias vezes na Roda pra cheirar o pó, que ainda era necessário porque podia dar merda ali a qualquer momento, segundo o informante. Sempre que ficava nessas situações, me drogava pra não ter que hesitar ou perder tempo sentindo. O problema é que dessa vez trouxe meu viado, o filho do pastor, junto e ele me via fazer isso depois de bastante tempo afastados. Num determinado momento ele foi ao banheiro e voltei à mesa. Lá, fui informado de que um carro com vários elementos tinha furado o primeiro bloqueio da avenida principal. Em menos de dois minutos começaram os tiros e a correria. Só tive tempo de pôr o colete e pegar a arma que atravessei no pescoço. Queria correr diretamente à avenida e terminar tudo aquilo logo, pra voltar ao normal.
Fui com mais 20 cabeças pra avenida principal e o tiroteio cessou quando avistamos o tal carro que invadiu a favela. A ruela tava vazia e o carro desligado, com aproximadamente três elementos. Cercamos o carro e todos puseram suas armas pra fora. Ordenei que o motorista saísse.
– Quem foi o otário que te mandou pra morrer assim, seu merda?
– Foi ele.. – e riu.
Engoli a seco, com ódio, e disparei pro alto.
– ELE QUEM?
O palhaço continuou a rir.
– Tu sabe quem.. o teu irmão.
– PRA QUE? PRA MORRER?
– Ele quer que tu veja.. que se tu tem gente pra morrer pra tu, ele também tem.
Entendi o recado.
– Não precisamos começar uma guerra. – disse o puto.
Eu só podia estar louco, mas mandei se adiantarem e deixei que fossem embora, contanto que nunca mais voltassem. De alguma forma meu irmão sabia o que tava falando e, mesmo com certo ódio, não poderia subestimá-lo. Ele falou diretamente do filho do pastor quando disse que eu tinha alguém pra morrer por mim, ou eu estava muito pancado de pó. Sai no meio da chuva à pé, tonto, ainda anestesiado pela situação de risco que tinha passado. Dispensei os capangas e só conseguia pensar num lugar pra onde ir. No caminho, cheirei tudo que podia de pó que ainda tinha guardado. Cheguei na calçada, pulei o portãozinho e forcei a entrada pela porta da cozinha. Ouvi o chuveiro ligado e fui diretamente pro quarto, ainda ensopado. Logo ele apareceu na porta só de cueca, surpreso, enquanto os trovões explodiam lá fora. A minha mente estava mais bagunçada que minha vida por conta das gracinhas do meu irmão, mas só ali poderia finalmente deixar fluir tudo que existia dentro de mim, mesmo que fosse todo aquele ódio. Talvez ali estivesse a resposta das minhas perguntas e revoltas contra o mundo, e eu não agüentava mais tanta pergunta nessa vida de bosta.
– Como você.. – ele começou.
– Não mandei tu parar com as “pergunta”, seu merdinha?
Sentia o corpo quente, mesmo que molhado da chuva fria.
– Desculpa. – balbuciou.
Continuei imóvel. Por causa do efeito da droga e do álcool juntos, minha personalidade frustrada e violenta começou a emergir. Na minha mente, me perguntava como meu irmão poderia saber do meu viado, filho do pastor. Será que enquanto me afastei ele foi atrás dele, talvez me procurando? Falou de mim, deu informações? Comecei a me perder novamente, imaginando já ter sido traído pela única parte minha que, após ter achado, nunca achei que perderia. E logo após ter me permitido bastante.
– Rafael, preciso contar umas coisas. – ele começou.
“É agora a apunhalada nas costas”, pensei.
– Tá com problema comigo, seu moleque?
– Sim. – respondeu firme.
– Tá me tirando de otário?
– Não.
Lembrei do celular e imaginei ele o quebrando enquanto vasculhava informações sobre mim pra passar ao meu irmão.
– Explica essa merda então. – joguei o telefone na cama.
– Cara, eu explico. Mas tira essa arma, por favor. – disse, apontando pro revólver na minha cintura.
– NÃO ME TOCA, VIADO!
– Me desculpa, de verdade! Só não me mata, por favor!
De tanto nervoso, comecei a andar pelo quarto, olhando na cara dele. Não sabia o que fazer, mas me sentia na necessidade de fazer algo ali e agora. Tranquei a porta, fechei as cortinas e mantive o silêncio. Ele estava apavorado.
– Abre a boca.
– Eu mexi algumas vezes.. nas suas roupas. – a voz trêmula, chorosa.
– Tu é X9?
– Não, não, nada de x9.
– ENTÃO ABRE A BOCA, PORRA!
Parecia difícil.
– Tu é mais que um amigo pra mim..
Parei. O mundo submerso dentro de mim incendiava, como numa mistura agridoce entre água e fogo, sem um apagar ou evaporar o outro. Coexistindo. Ouvir que alguém gostava de mim era como ver uma cachoeira subindo no sentido oposto. Passei a vida vendo as pessoas desistindo de mim, isso me quebrou. Agora, do nada, vinha um cara que pra mim tinha que me obedecer e me entrega essa informação. Eu me mantive o mesmo, mas parece que o que existia dentro de mim queria passar o resto da vida mandando no que existia dentro dele. Obediência, submissão, acato. Ver uma pessoa fazendo isso por alguém como eu me elevava, transformava as outras dores em pouca merda, mudava completamente o universo dentro de mim. Me sentia menos bicho e mais homem. Foi aí que entendi o que as pessoas que falam que ódio e amor são apenas um querem dizer. Ia testá-lo pela última vez, e dessa vez ele teria que se sair melhor do que em todas as outras.
– Tu é viadinho?
Segurei-lhe pelo rosto e usei a mão pra fazer ele me encarar.
– Tu tá vendo o tamanho dessa mão, sua bicha?
Ele se manteve mudo, mas sabia que ia conseguir sair por cima da situação.
– ESSA MÃO VAI TE AMASSAR, SUA BICHINHA!
Dei-lhe um tapa que o fez cair no chão. Fui em sua direção e o encarei novamente e, pela primeira vez, me vi sob sua submissão. Como se eu só fosse o mestre dele porque ele permitisse, e não o contrário. Me sentia cada vez mais consciente do que queria e do que fazia, como se o contato com ele equilibrasse e aliviasse a diferença de malícia e pureza entre nós, através da violência e da submissão.
– Vai ficar batendo? Por que não mata logo?
Eu sabia que ele conseguiria. Enlouqueci. Nem as piranhas que levavam meu dinheiro se permitiam tanto assim. Um filho de pastor falando isso na minha cara, sabendo que eu poderia fazer qualquer coisa com ele. E eu ia, mal podia esperar!
– PODE ESPERAR QUE VAI CHEGAR, VIADO!
Cuspi na cara dele e o joguei com força na cama com outro tapa. Tirei o colete, estalei o pescoço, os dedos e me preparei pro ritual pelo qual passaríamos juntos. Antes de pegá-lo novamente, ele continuou a me provocar.
– Só isso? Minha mãe já me bateu melhor que isso! – gargalhou.
Dentro da bermuda, a rola deu o primeiro sinal de vida. Mais acima, minha mão acertava outro tapa em seu rosto, ao mesmo tempo que caia por cima dele na cama e imobilizava seu corpo frágil com o meu. Comecei a enforcá-lo, ao mesmo tempo que sarrava a rola em sua coxa, implorando pra que ele me surpreendesse de forma que controlasse completamente meu instinto animal de querer possuí-lo ali, de roupa mesmo, seu corpo, sua vida. E o olhava nos olhos.
– D… De… – ele tentava falar.
– DEUS NÃO VAI TE SALVAR, VIADO! DEUS ODEIA VIADO!
– Dem… ônio. Eu… vi!
Cedi a força e ele reagiu, nos embolamos ainda mais naquela pré-sacanagem gostosa. Agora ele estava de bruços e meu corpo sobre o dele, suando, pingando.
– Já era, viadinho. – falei no pé do ouvido.
Ele começou a mexer a cintura e a sarrar a bunda ainda mais na minha vara, que foi crescendo.
– Até morrendo é bichinha. – sussurrei de novo no pé do ouvido.
Ele continuou se mexendo gostosamente e me excitando cada vez mais. Sentir seu corpo frágil sob o meu, ao meu bel controle e prazer, me deixava eufórico, mal sabia como ou por onde começar. Tentei encaixar um mata leão que só serviu pra deixar meu caralho ainda mais afim de entrar naquele cuzinho virgem dele.
– Tá gostando, é? – debochou.
Enquanto reagia, ele aproveitava pra cheirar meus suvacos, metendo a cara nos pelos e puxando o ar com força, como se precisasse disso pra sobreviver. Nossos corpos suavam muito e se roçavam intensamente, aí ele parou de reagir e cedeu.
– Mexi nas tuas roupas porque queria sentir esse cheiro.
Não disse nada.
– Cheirava tua cueca depois do futebol pra sentir teu cheiro de homem.
Silêncio.
– Menti pros meus pais pra continuar te vendo.
– Bicha! – e cuspi nele.
Ele riu.
– Quebrei teu telefone porque tava sentindo o cheiro do teu suor na calça aquele dia. Um dia te alisei dormindo chapado. Tenho até uma cueca tua que roubei.
Pausa.
– Tudo isso só porque te quero como dono.
– Tá me tirando de viado, muleque? – um tapa na cara, em cima do cuspe.
– Não, Fael. Tu já tá dando tudo que eu quero.
“BOOOM!”. Trovões. Puxei ele pra trás pelo cabelo e segurei seu queixo. Dei-lhe mais tapas na cara e o fiz abrir a boca, lambendo seu rosto com a língua toda. Ele era meu.
– Cachorra.. filha da puta..
– Só?
Saquei a pistola que tava na bermuda, engatilhei e esquentei nosso jogo.
– Quando eu terminar tu nunca mais vai sentar!
– Já disseram isso antes, Rafaaa.. – ele falava de manha.
– OLHA PRA MIM, SUA PIRANHA! Vô te estragar. Vô te deixar de um jeito que ninguém vai querer. Vô fazer contigo o que num fiz com nenhuma piranha dessa favela.
Me posicionei de forma que ficasse cara a cara com seu rabo. Ele ficou de quatro na cama e eu levantei as alças de sua cueca, deixando-o como se estivesse de calcinha enfiada no cuzinho.
– Torce pra viver nessa porra.
Bati muito naquela bunda e toda hora o puxava de volta pra mim, quando achava que estava longe. Tava doido pra brincar com aquele moleque.
– Filha da puta! – resmungava. – Esse tempo todo tu só querendo pica no cu, né? Viado com cheiro de leite.
– Tá fechadinho pra você. Esperando por você e é só seu. – ele instigava.
– Vô te fazer de casa. Vô morar dentro de tu, viado! De mim tu só vai ter piru, filha da puta!
Mordi muito sua bunda, na intenção de marcá-lo. De deixá-lo ciente que agora era só meu.
– “Invés” de cheirar cueca por que não veio cheirar meu caralho? Podendo tomar leite direto da rola.
Sempre com o dedo, puxei pro lado a fenda da cueca que escondia seu cu virgem. Ele piscava tão intensamente que parecia devidamente alargado. Sentia o caralho doer de tanto tesão que tava pra comer aquele cuzinho tão apertadinho que sempre sonhara. Faltava pouco para que o finalmente desbravasse e estar ali, frente a frente com ele, colocava à prova todos os meus desejos de dominação, sodomia e sadismo. Até que tive a genial ideia.
– Falei que ia estragar esse cu, num falei?
Coloquei a pistola mirada na porta do cu dele.
– É todo seu.
O viado não se fez de rogado e empinou ainda mais a bunda.
– Pode estourar esse cuzinho, pode? – perguntava, forçando o cano da pistola na entrada.
– Não precisa nem pedir, Faeel..
E ia, cada vez mais fundo. Pra ajudar, cuspia e lubrificava tudo. Quando chegou na metade eu não agüentava mais, tirei a pistola e coloquei direto o meu caralho, sem nem dar tempo direito de fechar. Senti, de uma hora pra outra, o pau ser engolido por uma carne quente e muito apertada em todas as direções. Tinha passado a piroca por baixo da perna da boxer branca e estava ali, dentro dele, enraizado, sem capa. O viado pareceu apagar durante uns minutos e eu até me preocupei, mas logo ele voltou. Me mantive parado, sem mover nenhuma parte do corpo, só sentindo o intenso contato do seu cu com meu pau, isso porque ainda não tinha entrado tudo. Era como se todas as coisas boas do mundo estivessem alisando a cabeça da minha rola dura.
– Cu apertadinho, parece até buceta! – menti, era melhor.
Ele continuou em silêncio, meio que se acostumando com a rola.
– Voltou, viadinho? Pra mim tu tinha morrido. – ria e aumentava o ritmo.
Comia seu cu prendendo ambas suas mãos pra trás, bem submisso, pra ele não fugir. Não que ele fosse.
– Dei tempo nem de tu rezar, né? – debochava. – Depois disso aqui tu num entra no céu nem a caralho, viado.
Conforme sentia que ele relaxava, ia ganhando espaço e aumentando o ritmo da foda. No começo demorou porque ele contraía muito o cuzinho, mas como não reclamou, continuei. Numa hora ele começou a rir, meio que debochando e curtindo, então eu comecei a fodê-lo com o pé na cara, me soltando completamente.
– Tá fazendo um pouco de cócega.
Não tinha como perdoar. Tirei a rola toda, reta, esperei e entrei com tudo, até o talo. Senti a ponta da cabeça bater lá dentro do viado, me dando uma das melhores sensações que já senti dentro do cu de alguém. Na porta do cu, só pentelho e saco. Prendi nossos corpos na cama, fazendo pressão nas laterais e comecei a bombar fundo. Ele começou a gemer alto.
– Come esse cu, Fael! Fode que ele é teu!
Parei de responder, só fodia e sentia aquela sensação que queria que não acabasse nunca. Metia com a maior pressão que conseguia aplicar naquele buraquinho, enquanto sentia seu língua entre os dedos do meu pé na sua cara. Fodíamos tão intensamente e com tanta energia, que a cama batia na parede, mas não estávamos nem aí pra nada. Comecei a fodê-lo de franguinho, sem nem tirar o caralho de dentro, na intenção dele me olhar enquanto eu o alargava. Agora me encarava enquanto lhe comia. Quando fechou os olhos, ganhou outro tapa.
– OLHA PRA MIM, CARALHO! É PRA OLHAR PRA MIM ENQUANTO EU COMO TEU CU! – ordenava.
Chegou ao ponto de ficar cara a cara comigo, me olhando fixo enquanto eu o comia. Botei ele pra cheirar meus sovacos, meus músculos, cuspi dentro de sua boca e o fiz engolir. Esfreguei a barba na sua cara, chupei e mordisquei seus mamilos e o fiz lamber meu suor.
– CHEIRA O SUOR DO TEU MACHO, SUA CADELA!
Continuamos fodendo que nem bicho durante um tempo. Quando senti que não podia mais continuar, despejei o máximo de leite que pude dentro daquele cu, e continuei fodendo até espumar, pra fazer o leite escorrer por todas as partes internas e externas daquela raba. Continuei dentro e cai sobre ele, arfando de exausto. Mas tinha mais.
– Leitei teu cu e vou leitar de novo. – e o fiz.
Fodemos até faltar todas as energias. Quando cansei, meti o pé pra casa, mas já era outra pessoa. Estava mais que pronto pra finalmente aceitar a vida que achava que merecera. Tava começando a tarde quando o celular vibrou.
“André Cria: Feliz Natal!”
“Natal é meu pau, viado!”, respondi.
Ele mandou uma foto da cara que tanto bati, cuspi e pisei. Estava adorável, com aqueles olhos pidões que só eu sabia como saciar.
“Qual foi, cria? Viu o demônio? kkk.”
Tava só começando…

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